segunda-feira, 7 de junho de 2010

PT VERSUS PT

O dia “D” de Pimentel

Dia decisivo para o imbróglio que ameaça implodir a base aliada do presidente Lula em Minas Gerais. O grupo petista ligado ao prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel teria tentado uma última cartada durante o final de semana para encabeçar a chapa para a disputa da sucessão mineira.

Pela proposta, o ex-ministro Hélio Costa (PMDB) precisaria ser convencido a desistir de sua candidatura ao governo para ser o nome único da aliança na disputa pelo Senado. Por essa hipótese, Pimentel emplacaria seu nome como candidato da base aliada, numa chapa que teria como vice o empresário Clésio Andrade (PR), que já foi vice durante o primeiro mandato do tucano Aécio Neves. Faltou combinar com os russos. Nesse caso o próprio Hélio Costa, que não cansa de repetir que não abre mão da disputa e com o próprio PT.

Desde que derrotou o grupo do ex-ministro Patrus Ananias, Fernando Pimentel enfrenta forte bombardeio do fogo amigo petista. Virou personagem de matérias das principais revistas semanais. Na primeira, acusado de esquema que teria mandado dinheiro público para o exterior, em operação triangulada com um fornecedor da Prefeitura de Belo Horizonte.

No caso mais recente, virou o vilão do petismo ao ser acusado de ter encomendado ao jornalista e consultor Luiz Lanzetta o trabalho sujo de preparar dossiê com denúncias contra o presidenciável José Serra (PSDB) e uma filha sua. Pimentel teria sido apresentado ao “operador” Lanzetta por ninguém menos que o deputado federal Virgílio Guimarães (PT), que já anunciou sua intenção de não retornar ao Congresso Nacional e lançou a candidatura ao mesmo cargo do filho e também petista Gabriel Guimarães.

Sob fogo cruzado dentro e fora do próprio partido, Pimentel fica fora pela disputa do Palácio Tiradentes. Não obstante as trapalhadas que lhe atribuem, não de agora que o presidente Lula já arbitrara em favor do PMDB na confusão da base aliada em Minas.

O próprio Pimentel percorreu caminho errático durante a pré-campanha quando deixou correr solta a versão de que seria um dos homens fortes do staff da candidata Dilma Rousseff. Hipótese que eliminaria sua candidatura em Minas, quando nada por conflito de agenda. Tudo indica ser improvável a participação do ex-prefeito no caso do dossiê que a revista Veja jogou no ventilador, mas ainda assim Pimentel sai desgastado do episódio.

E o que diz a mídia sobre o tema? Que o petismo mineiro perdeu de goleada para a seção paulista desse partido de muitos inimigos fraternais. O inferno astral de Fernando Pimentel e sua turma serve para a ascensão dos paulistas, liderados por ninguém menos que o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, aquele que teria mandado quebrar o sigilo bancário do caseiro. Outra acusação também improvável, mas que acabou ganhando corpo no rastilho das tantas crises que o PT protagonizou ao tomar Brasília de assalto.

Por essa tese, Minas já perde por antecipação o direito a participar de um eventual governo Dilma. Plano que inclui, ainda, derrota incontestável de Fernando Pimentel nesta segunda-feira, quando o PT nacional vai acabar com essa história de candidato petista para o governo do Estado e definir o apoio ao senador Hélio Costa. Quando o assunto é o PT, contudo, a história dificilmente acaba aqui. A ver.

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