quinta-feira, 16 de setembro de 2010

PIADA DE MAU GOSTO EM MANGA

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Presidente fecha Câmara para vereador “orientar” voto de eleitor em 3 de outubro






No fac-simile acima, o comunicado enviado aos vereadores sobre o "recesso" e a esdrúxula justificativa de Tim 2000 para a medida






MANGA - O presidente da Câmara Municipal de Manga, Francisco Farias Gonçalves, o Tim 2000 (PV), arrisca vincular seu nome e o do município que representa a um vexame sem precedentes na fábrica de bobagens em que se transformam muitos legislativos país afora. Em carta enviada aos nove componentes da Casa, Tim 2000 informa que “determinou recesso interno aos vereadores no período de 10 de setembro a seis de outubro”. Até lá, e "em função do calendário eleitoral", a Casa "funcionará em regime de plantão interno a cargo dos seus servidores".

No comunicado, Tim 2000 ainda atribui a um colega seu a sugestão para tamanho despautério. A brilhante ideia teria sido apresentada pelo vereador Valdir Ramos Alves (PPS). Sua decisão, tenta explicar o presidente, é para que os vereadores possam, atenção para essa pérola, “ajudar seus munícipes, na condução da eleição vindoura, a escolher o que é melhor para o município de Manga”. Pasmem! Se já aparenta ser o cúmulo do absurdo um vereador apresentar tal bobagem como proposta, chega ao limite do escárnio o presidente da Câmara de Manga considerar a sugestão como algo válido e, o que pior, levar o assunto adiante.

Como é que é? Então o eleitor de Manga precisa ser, como é mesmo o termo, “ajudado” na tomada de suas decisões? Estamos falando de crianças ou seria de incapazes que precisam ser tutelados pelos senhores vereadores para fazer suas escolhas eleitorais? Tive duas reações quando soube dessa história: fiquei indeciso se ria ou se chorava de vergonha diante de tal.

Os vereadores Tim 2000 e Valdir Ramos dão um tapa na cara da cidadania manguense com essa conversa fiada de inventar desculpa esfarrapada para faltar ao trabalho. A Câmara vem de recente recesso que se autoconcedeu no mês de julho, o que torna a decisão de Tim 2000 ainda mais afrontosa ao eleitor manguense. Mas não foi só: durante a recente comemoração da Semana da Cidade, em que se festeja o aniversário da cidade, a Câmara não se reuniu porque estava em “recesso” cívico.

E olha que trabalho dos vereadores é extenuante: eles se reúnem uma vez a cada 15 dias pelo prazo máximo de duas horas. Suas excelências são remuneradas em R$ 1,5 mil a cada duas horas de trabalho e precisam de recesso para fazer campanha para seus candidatos a deputado. Se não for piada, é uma tentativa rasteira de fazer o eleitor manguense de tolo.

O vereador Maurício Magalhães (PSDB), por exemplo, é o coordenador da campanha do candidato a deputado federal Silvano Araújo (PT do B) e consta que não teria participado das duas últimas sessões da Câmara. Ao invés de cortar o jeton do faltoso Mauricio, Tim 2000 optou por criar a estultice chamada “recesso eleitoral”. Será que não tem ninguém na assessoria da Câmara que fizesse um único alerta sobre o absurdo da medida.

O signatário do Blog tentou falar com o vereador Magalhães em várias tentativas na noite da quinta-feira, mas seu telefone deu caixa postal. Conseguiu contato com outro parlamentar, Leonardo Pinheiro (PSB), que confirmou a estória e manifestou posição “completamente contrária ao recesso”. Pinheiro diz que não foi consultado sobre a medida, mas avalia que ela é desnecessária, porque existem varias matérias para serem votadas em plenário -- inclusive projetos de sua autoria como o que cria a "câmara mirim".

Não é mesmo por falta de projetos em pauta que essa ideia de jerico tomou forma. O orçamento do município para 2011, por exemplo, está parado na Casa desde o mês passado por falta de empenho de suas excelências. Há ainda proposições do tipo reconhecimento de utilidade pública para a Associação de Mulheres do Bairro Arvoredo.

Dando prova que de tomou uma medida inócua que serve apenas para desgastar a Câmara perante o eleitor, o presidente TIM 2000 convocou sessão extraordinário para a manhã da última terça-feira, quando foram, como posso dizer, apreciados e votados dois pedidos de reconhecimento de entidades de defesa dos direitos de comunidades quilombolas do municipío.

O presidente Tim 2000 está há quase seis anos no cargo e traz no currículo o comando do processo que resultou no impeachment do ex-prefeito Humberto Salles (PTB). Tim conseguiu emplacar o terceiro mandato consecutivo na Presidência da Câmara com a ajuda do prefeito do município, Quinquinha Sá (PPS). Ele conseguiu a façanha, ao estilo “chavista”, de apelar ao casuísmo para criar o instituto da reeleição ilimitada no Legislativo local. Lula certamente morreria de inveja se soubesse da existência de Tim 2000. Um projeto que derruba a reeleição do presidente está para ser apresentado ao plenário da Casa. Pelo o jeito, Tim 2000 sonha com um quarto mandato.

domingo, 27 de junho de 2010

NOSSAS IMAGENS - POR MANOEL FREITAS


Camaleônico

O Parque Estadual da Mata Seca, localizado no município de Manga, no extremo Norte de Minas Gerais, é a única reserva de proteção a esse bioma no Estado. As imagens desta série que o Blog apresenta são do repórter-fotográfico Manoel Freitas, que fala da surpresa que cada visita à região representa para a sua afinada percepção visual: “O Parque muda completamente sua paisagem a cada mês. Por isso, tenho procurado voltar lá pelo menos uma vez o cada 30 dias e, dentro das limitações do meu equipamento, colher as imagens que possam ilustrar sua beleza”. Na foto deste post, uma imagem que mostra o mimetismo entre flora e fauna, de encanto úncio em memo à paisagem agrestre.

sábado, 26 de junho de 2010

ALVÍSSARAS, MEU CAPITÃO


Ficha Limpa pode fechar porta do galinheiro para raposas velhas e outras nem tanto


Há uma boa promessa no ar sobre o período eleitoral que começa oficialmente na próxima semana. Notícia rara na cena brasileira e que pode contribuir para deixar políticos reconhecidamente larápios longes das fechaduras que escancaram os cofres públicos à volúpia dos desonestos e traidores do escopo original da política com “p” maiúsculo, que é a promoção do bem-comum. Falo, claro, da legislação que o projeto Ficha Lima, agora Lei, introduz na vida nacional em tão boa hora, quando o quadro geral é de ceticismo e de caso perdido para quem ainda mantinha a utopia, a despeito de todas as evidências, de que o país não muda pela via do voto.

Admito que duvidei da possibilidade da proposta de iniciativa popular chegar tão longe e a tão bom termo. Se pegar, e oxalá isso aconteça, a norma em vigor vai deixar políticos conhecidos pela má fama que construíram ao longo da vida pública fora do páreo em 2010, no que seria fato novo difícil de ser suplantado nessa temporada eleitoral.

É o caso, por exemplo, do ex-governador Joaquim Roriz (PSC), aqui em Brasília. Roriz sonha em pisar voltar a ocupar pela quinta vez a cadeira de governador do Distrito Federal, mas deve ter seus planos barrados pelo Ficha Limpa. Roriz já mandou avisar que não tem condenação proferida por colegiado é que segue candidato. Mas a lei que o Congresso aprovou com absoluta má vontade e por força da pressão vindas das ruas, pode pegar o velho cacique goiano pelo pé.

É que a Justiça Eleitoral já emitiu sinais de que não é somente a condenação colegiada que tira o político da disputa, a renúncia para se livrar de condenação líquida e certa também é pré-requisito para se denunciar a inelegibilidade, que é de oito anos contados a partir do final do manda a que o eleito abriu mão para tentar fugir da penalização. A expectativa por aqui é para saber se Roriz também sai de cena após ter acabado com as carreiras políticas dos ex-afilhados José Roberto Arruda e Paulo Octávio, ambos sem partido, com o rumoroso escândalo provocado com a abertura da caixa de Pandora.

O Ficha Limpa pode frustrar também os planos de Paulo Maluf (PP) em permanecer na Câmara dos Deputados. Maluf já mandou avisar que tem a ficha mais lima do Brasil, para gargalhada geral. Logo ele, que será imediatamente preso caso saia do Brasil e dê de cara com um agente da Interpol em algum aeroporto das mais de uma centena de países em que é procurado. Tem ainda Anthony Garotinho e uma relação de outros nomes país afora conhecidos pela ação deletéria que suas canetas provocaram com o dinheiro público quando o eleitor lhes confiou o exercício do mandato.

Pode ser o início da virada na direção da moralidade com a gestão da coisa pública. Mas não é bom apostar todas as fichas nisso para que a decepção seja menor em caso de vacilo no cumprimento daquilo que o eleitor indicou como desejável para o país. Não é difícil lembrar nomes de políticos que tornaram-se donos de grandes fortunas após passagem por cargos eletivos. Alguns deles entraram em cena com a redemocratização do país na década de 80 e estão por aí a exibir fortes pendores para Midas, por mais improvável que tivessem conseguido montar seus impérios empresariais e de mídia em alguns casos apenas com o salário que perceberam a titulo da remuneração como agentes públicos. Dinheiro abre portas, como se sabe, o que só aumenta o poder e a longevidade dessa gente e da sua capacidade de interferir, nem sempre de forma pública, nas decisões que alteram os destinos da Nação – em círculo vicioso que só espalha descrença em sonha com dias melhores para o país. É nesse quadro que o Ficha Limpa acena com possibilidade de mudança.

UM CRIME A CAMINHO


Construtora pode destruir sítio arquelógico Lapa da Hidra, em Monte Rei


MONTALVÂNIA - Um importante sítio arqueológico localizado no distrito de Monte Rei, no município de Juvenília, extremo Norte de Minas Gerais, está ameaçado de ir pelos ares. Trata-se da Caverna Hidra de Seis Cabeças, ou Lapa da Hidra (na foto ao lado), referência a uma pintura rupestre que retrata uma figura antropomorfa catalogada ainda nos anos 1960 por Antônio Montalvão, o primeiro prefeito fundador da cidade de Montalvânia, município do qual a atual Juvenília é remanescente.

Quem ameaça o sítio é a Construtora Abril, que planeja instalar um britado no local e deve iniciar as detonações já nos próximos dias. O objetivo é produzir brita para o asfaltamento de rodovias. Enquanto o britador não fica pronto, a empresa já iniciou a extração manual de pedras no local. A denúncia é do advogado e participante de uma ONG de defesa do meio ambiente Geraldo Flávio Macedo.

Os ricos sítios arqueológicos existentes no entorno de Montalvânia mostram indícios da existência de antiga civilização na região e são objeto de estudo por cientistas de mundo inteiro, principalmente da Alemanha. Se a intenção da Construtora Abril não for barrada, a região vai assistir a um grave ambiental e científico, porque o rico acerco arquelógico e espeleológico existente nas carvernas do extremo Norte de Minas (as mais conhecidas ficam no Vale do Peruaçu) ainda não foram suficientes mapeados nem estudados e guardam importantes registros da presença na região de civilizações pré-cabralinas.

terça-feira, 22 de junho de 2010

BOA DE FOLIA


Januária firma-se como segundo destino do show business no Norte de Minas

Foliões em Januária durante o Carnaval e a micareta com as bandas Babado Novo e Chiclete com Banana: cidade consolida posição de polo para eventos (Foto: O Norte)


O empresário do setor de eventos Aurélio Vilares virou a página das escaramuças que teve com o prefeito de Januária, Maurílio Arruda, durante a realização do último Carnaval na cidade, com o melhor argumento que poderia usar um empreendedor do seu calibre: mais investimentos no potencial turístico da cidade com realização de grandes shows com nomes consagrados do show business nacional. Só para lembrar, a empresa de Vilares, a Dark Promoções, amargou prejuízos estimados em R$ 60 mil por conta do apoio da Prefeitura Municipal que foi prometido e não veio para ajudar a bancar os custos da festa momesca de 2010.

Aurélio já se reconciliou com o prefeito Maurílio e toca a vida com a realização de projetos que colocam Januária em posição de destaque em relação a municípios do mesmo porte no Norte de Minas. Para o primeiro final de semana do mês de julho, início das férias escolares e período de grande agitação na cidade, o promoter Aurélio prepara mais um teste de fogo na capacidade de Januária e da microrregião em bancar eventos de grande porte sem a ajuda do poder público.

A micareta de Januária vai reunir as bandas baianas Babado Novo e Chiclete com Banana, duas referências dos carnavais fora de época que viraram mania no país e se tornaram em fonte milionária de recursos para o mundo da música.

Embalada com o sucesso do show da dulpa goiana Zezé di Carmargo & Luciano realizado em abril passado, a Dark Promoções espera atrair turistas de toda a região para garantir o custo do que, para os padrões locais, pode ser chamado de mega produção. Aurélio Vilares avalia que o evento da semana que vem, para o qual conta com a parceria com a empresa Point Promoções, deve custar cerca de R$ 500 mil reais com o pagamento dos cachês e a montagem da infraestrutura para adaptar o Parque de Exposições Astério Itabayana ao cenário ideal para a festa. O empresário estima que a injeção de recursos na economia local fique próxima do valor investido na organização do evento, com a geração de 340 postos de trabalho temporários dentro do evento. Durante todo o ciclo da promoção o número de empregos indiretos pode chegar a 500 ocupações temporárias.

Referência regional

Esses números posicionam Januária como o segundo mercado de turismo de eventos na região depois de Montes Claros, cidade que é polo econômico do Norte de Minas e palco também para shows de renome nacional em produções como a tradicional feira agropecuária. Os valores em jogo nas promoções da Dark Eventos mostram o risco que a empresa assume ao assinar contratos com a expectativa de cobrir os valores apenas com a venda da bilheteria e as receitas de aluguel de espaços no local do show.

Há um seguro para o caso do evento não dar certo? Não, responde Aurélio. “O seguro é a nossa confiança em Deus e na experiência que acumulamos ao longo do tempo. Mas é preciso considerar o risco pelo porte do investimento para trazer artistas desse porte para a nossa cidade, sim”, ele diz. Aurélio argumenta que confia na tradição que Januária possui na realização dos eventos de axé que promoveu ao longo do tempo e da projeção que o Carnaval conseguiu. Ele ressalta a aposta que faz no potencial da cidade e o fato de que o único motivo que o turista tem para visitar o município por enquanto são os eventos que sua empresa promove.

Para os shows da próxima semana, o Parque Astério Itabayana vai receber tratamento vip, com podas de árvores, capina, limpeza e iluminação para receber os foliões e amantes de um bom Carnaval temporão. O folião terá a opção de estacionar na parte interna do Parque, com seguranças contratado pela organização para tomar conta de seu veículo ou moto. Para quem comprar o tíquete para os camarotes, fica franqueado o acesse a bares, banheiros, frente do palco, banda e boates exclusivas.

PUBLIEDITORIAL (*)

Recursos federais viabilizam barragens no Norte de Minas

Com investimentos de R$ 877 milhões, Minas Gerais terá, em 2010, o maior repasse de verbas federais da história. Desse total, R$ 92,5 milhões são para projetos na região Norte do Estado. Entre as obras contempladas no orçamento da União estão as barragens de Berizal e Congonhas, cujos recursos foram viabilizados pelo deputado federal Virgílio Guimarães e a bancada federal mineira, em articulação com o estadual Paulo Guedes.

Localizada entre os municípios de Grão Mogol e Itacambira, a Barragem de Congonhas vai garantir o abastecimento de água para municípios do Vale do Jequitinhonha e Norte de Minas, inclusive Montes Claros, que, após a conclusão da obra, terá água garantida para os próximos 100 anos. Outro benefício da barragem, com capacidade para acumular 950 milhões de m³, será a melhoria da vazão do Rio Verde Grande. O empreendimento tem R$ 300 milhões de emenda estruturante, que considera o serviço prioritário.

Já a unidade de Berizal fará a perenização das águas do Rio Pardo, entre os municípios de Taiobeiras e Berizal. Prevista para acumular 339 milhões de m3, a barragem servirá para o consumo humano de Taiobeiras, Berizal, Indaiabira, Ninheira, São João do Paraíso e Rio Pardo de Minas, além de permitir a irrigação de 10 mil hectares de terra, o que envolve mais de 120 mil pessoas.

As obras da barragem começaram em 1997 e foram embargadas em julho de 2002 pelo Conselho de Política Ambiental de Minas Gerais (Copam), sob a alegação de falta de licença ambiental. Em dezembro do ano passado, o Tribunal de Contas da União - TCU suspendeu o embargo. A liberação ocorreu depois que o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas – Dnocs assumiu o compromisso de cumprir as condicionantes fixadas pelos órgãos ambientais e o Ministério Público. Com o processo de licenciamento ambiental praticamente concluído e a licitação já realizada, Paulo Guedes acredita que em 2010 as obras serão retomadas.

CALINDÓ - outro investimento defendido pelo deputado Paulo Guedes é a Barragem de Calindó, em Manga. As reivindicações são constantes durante os pronunciamentos do parlamentar no plenário da Assembleia Legislativa. Reuniões com órgãos envolvidos nas

ações também tem sido realizadas na tentativa de agilizar os processos burocráticos e de licenciamento ambiental, que emperram o andamento das obras.


Requerimento pede R$ 17 milhões para barragem de Guarda-Mor
O deputado Paulo Guedes (PT) vai encaminhar ao Ministério do Planejamento um requerimento que solicita a inclusão de R$ 17 milhões no Orçamento da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). O objetivo é que os recursos sejam utilizados para construção da barragem de Guarda-Mor, em Januária, no Norte de Minas. Um documento de mesmo teor será enviado para a diretoria da Codevasf, empresa estatal responsável pela construção da represa. O parlamentar também vai enviar um pedido a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMAD), para que o órgão possa agilizar o processo de licenciamento ambiental da obra.

Os requerimentos formam aprovados nessa quarta-feira (16/06) durante reunião da Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização, a pedido dos deputados Paulo Guedes (PT) e Ruy Muniz (DEM). Os parlamentares também assinaram um documento que pede ao prefeito de Januária a regularização das terras das comunidades beneficiadas pelo Programa Água Para Todos. O projeto vai levar água encanada às famílias que vivem em áreas localizadas em até 15 quilômetros das margens do Rio São Francisco.

Para Paulo Guedes, a barragem terá grande importância para o Norte de Minas. “A água de Guarda-Mor vai permitir o abastecimento de qualidade para a população e ainda vai possibilitar a irrigação de terras. Isso vai gerar novos postos de trabalho e contribuir com o desenvolvimento econômico e social da região”, defende. Ainda de acordo com o deputado, a represa será fundamental para o processo de revitalização do Rio São Francisco. “Isso irá perenizar as águas do Velho Chico, com isso poderemos preservar o leito e fazer a utilização de forma adequada”, afirmou.

A Barragem

O projeto de construção da barragem de Guarda-Mor foi iniciado em 1989, quando foi feita a primeira medição no Riacho da Cruz, afluente do Rio São Francisco, em Januária. Em 2002, a obra foi licitada no valor de R$ 17 milhões, mas os recursos não foram liberados. Com a interrupção dos trabalhos, as licenças ambientais do empreendimento perderam a validade.

No último dia 09 junho, a Assembelia realizou audiência pública em Januária para debater a construção da barragem. A pedido do deputado Paulo Guedes, a Comissão de Assuntos Municipais se reuniu com autoridades do município e com representantes da Codevasf. Na oportunidade, a Codevasf alegou não ter verbas disponíveis realizar a obra.

A barragem de Guarda-Mor terá capacidade para abastecer o povoado de Riacho da Cruz, que tem cerca de 10 mil habitantes. A obra também irá permitir que mil hectares de terra sejam irrigados na região, o que deve gerar aproximadamente dois mil empregos.

(*) O conteúdo deste material foi extraido do Jornal do Mandato do deputado estadual Paulo Guedes. As informações são de responsabilidade da assessoria de imprensa do gabinete do parlamentar. Para saber mais, acesse o site:

http://www.pauloguedes.com.br/

EM PRIMEIRA MÃO


Ministro vai a Manga anunciar início da pavimentação da BR-135

Na foto acima, o deputado Paulo Guedes em audiência com o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, em Brasília: acerto para visita à região



O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, acertou com os deputados petistas Virgílio Guimarães e Paulo Guedes, nesta terça-feira, 22/06, visita aos municípios de Manga e Montalvânia, no extremo Norte de Minas, na sexta-feira, dia 2 de julho, quando vai autorizar a empresa Empa S/A - Serviços de Engenharia a finalmente dar início às obras da BR-135 no subtrecho entre a divisa com o Estado da Bahia até o entroncamento da BR-030, no perímetro urbano de Montalvânia, com extensão de 18,1 quilômetros.

O início das obras havia sido anunciado pelo ministro Paulo Sérgio, em Brasília, no dia 18 de maio, quando recebeu caravanas de lideranças norte-mineira, uma delas com os deputados Paulo Guedes e Virgílio Guimarães, além de prefeitos da região. Horas antes, o ministro havia recebido em gabinete outra comitiva, liderada pelos deputados oposicionistas Humberto Souto (PPS) e Márcio Reinaldo (PTB), além do deputado estadual mineiro Arlen Santiago e prefeitos da microrregião.

De acordo com Paulo Guedes, cerca de R$ 100 milhões estão assegurados no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal para a construção dos três subrechos em que a obra foi dividida entre Manga e a divisa com a Bahia.

“A população espera essa obra há mais de 30 anos. Desta vez vai ser diferente, porque o governo do presidente Lula garantiu que agora o asfalto será feito. Vamos acompanhar isso de perto, pois a nossa população não pode mais esperar”, comemora Paulo Guedes.

De acordo com o deputado, há ainda possibilidade de que o ministro Passos também autorize o início das obras de pavimentação do trecho entre Manga e o povoado de Monte Rei, que teve a primeira licitação anulada por suspeita de fraude por parte de uma empresa concorrente e passa por nova licitação. O Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit) faz tomada de preços para esse ramal nesta quarta-feira, 23, e a autorização para o início da obra está condicionada à inexistência de impugnação do resultado da consulta por parte das empresas participantes do processo.

NÃO É BEM ASSIM

Fator “filho da terra” deve beneficiar Paulo Guedes na briga contra Arlen em Manga


MANGA - Um analista da política manguense que pede para não ter o nome revelado, avalia que o prefeito Quinquinha Sá (PPS) joga para a plateia quando diz que vai carrear dois votos para a reeleição do deputado estadual Arlen Santiago (PTB) para cada um que o também estadual Paulo Guedes (PT), que também busca novo mandato, conseguir no município. Veja a matéria em post mais abaixo ou clique aqui. De acordo com esse analista, o entusiasmo do prefeito não tem lastro na realidade e sua intenção é apenas animar aliados e à militância governista.

A análise toma por base dois raciocínios. O primeiro é o de que Quinquinha enfrenta insatisfação do funcionalismo municipal e problemas reais na administração, caso, por exemplo, da insatisfação da população com área de saúde do município, que teria piorado muito nos últimos meses. Por outro lado, Paulo Guedes é filho da terra e pode conseguir feito inédito para a eleição de outubro: reunir toda a oposição em torno do seu nome.

Ainda que eventualmente não consiga manter todas as lideranças de oposição na sua base de apoio, Guedes não possui arestas com nenhuma das correntes de oposição ao governo Quinquinha, situação que facilitaria na pior das hipóteses, espaço para explorar o argumento da divisão do voto em favor do “conterrâneo mesmo entre o eleitor dos grupos dissidentes.

domingo, 20 de junho de 2010

OBTUÁRIO


Sedan, com os filhos em foto de 1965: chofer da Companhia Manga e amante da música (*)

Morre Joaquim Sedan, o caminhoneiro que abraçou o saxofone


O manguense Joaquim Sedan não tem menção no Google nem registrou em CD nenhum dos acordes que conseguiu retirar do inseparável saxofone. Uma pena. Mas Sedan não tinha mesmo veleidades ao estrelato. Sua relação com a música estava mais para a sina de um apostolado. Considero o sax instrumento dos mais nobres no reino dos bemóis e sustenidos e Sedan conseguiu dominá-lo com razoável aptidão, considerado que a esse mister só sobraram horas vagas e extenuante dedicação. Se mesmo hoje é impossível viver de música nos sertões do Norte de Minas, imagine há 50 anos.

Joaquim Ferreira de Souza, o Sedan, se foi, aos 79 anos, na manhã friorenta do último domingo, dia de jogo da seleção na Copa de Mundo e vésperas de mais um solstício de inverno, o rito de passagem entre as estações do meio de ano. Sua despedida coincidiu com o final de mais um outono. Se não ficaram registros dos seus acordes, ele será lembrado, contudo, pelos contemporâneos de outras boemias, testemunhas auriculares das quase cinco décadas em que esse caminheiro de profissão se aventurou pelo universo mágico da música, sempre na condição de tenaz autodidata.

Sedan nos deixou no mesmo diapasão com que tocou a vida, modestamente, mas com a certeza do dever cumprido. Sem ele, os carnavais manguenses não serão os mesmos. Porque se é possível substituir os sons do seu saxofone na banda Cebola Quente, o mesmo não vale para seu carisma e força de vontade. Os da geração mais recente também puderam presenciar seu esforço para não deixar morrer as marchinhas que animaram foliões de outros carnavais. Para quem acredita na possibilidade de vidas futuras, fica a esperança de que Sedan vai ficar por aí, disponível para tocar em novas serenatas.

Discípulo do maestro João Moreira, que tinha formação mais clássica e deixou como legado as melodias dos hinos a Manga e ao Ginásio, Sedan percorreu outra raia na seara musical: tinha ouvidos afinados e a obstinação dos apaixonados pela música. O jornalista e escritor manguense Carlos Diamantino Alkmim recorda dos seus primeiros sopros no saxofone, dos ensaios solitários ainda nos primeiros anos da década de 1960 do século passado, quando repetia a mesma nota até á exaustão. Desafina daqui, teima dali até conseguir o melhor tom.

O caminhoneiro que sonhava com a música entrou algum tempo depois para a banda comandada pela batuta de João Moreira, que teve seu ápice ao tocar nos festejos do centenário de Januária, em 1960, ao lado da Banda dos Fuzileiros Navais do Rio de Janeiro, especialmente convidada para a ocasião. O Cebola Quente é remanescente dessa formação que, se não chegou a ser a nossa Big Band ao estilo americano, dava um orgulho danado aos filhos da terra.

O músico de horas vagas foi pioneiro em outro campo. Sedan foi o primeiro manguense a desfilar orgulhoso pelas poucas ruas daquela Manga que não tinha luz elétrica nem calçamento ao volante um caminhão Chevrolet zero quilômetro. Ele começou a vida como chofer de caminhão (do francês choffeur, expressão que nem existe mais) da extinta Companhia Manga Industrial e Exportadora. Foi um período de certo vigor para a economia local, quando a vida da cidade girava em torno da Companhia, tentativa de capitalistas cablocos em industrializar no município a tão sonhada industrialização que animavam os anos JK. Rei da boleia naquele período, Sedan era um dos responsáveis pelo transporte do algodão das fazendas para a indústria e depois dos caroços e fardos até o Cais do Porto para o embarque.

Com o fim do ciclo do algodão, ele seguiu caminhoneiro. Marca de progresso do período em que o transporte no município era feito no lombo de burros e em carros de boi, o velho Chevrolet azul de Joaquim Sedan seria parte da paisagem da Avenida Tiradentes por muito tempo ainda, mas acabou superado também ele pela marcha incólume do tempo e acabou por aí em algum ferro-velho. Para o seu lugar veio o velho Fusca azul que, imagino, deva ter acompanhado o ex-caminhoneiro até o fim.

Sedan também foi autodidata nas lides da mecânica de caminhão. Perdi a conta do número de vez que o vi, capô aberto, a apertar porcas e arruelas na missão de prolongar a vida útil do velho companheiro de aço e ferro. Eram ocasiões para uma interrupção rápida no seu trabalho e de rápidas conversas sobre coisas banais do cotidiano daqueles anos 80 e 90, quando pude perceber em Sedan raciocínio rápido e tirocínio de uma mente arguta e aberta ao novo. Uma mancha escura do óleo de motor que caia do velho caminhão naquela oficina improvisada a céu aberto ficou incrustada por muito tempo sobre os paralelepípedos da avenida, formando uma espécie de montículo com aparência de massa asfáltica, dando outro tipo de relevo às lides de Sedan.

O musical Sedan conseguiu transmitir em graus variados seu pendor e intimidade com as sete notas a sete dos oitos filhos que teve com a companheira de jornada, dona Geny Correia de Souza. Mistura que resultou na turma mais musical da comuna barranqueira, admirada pelos saraus que promovia em encontro ocasionais de férias ou em datas festivas do calendário familiar.

Na crônica “Sedan, uma grandeza singela”, publicada em julho de 2005 no extinto jornal “Cidades de Minas”, o jornalista Carlos Pereira, de Belo Horizonte, anotou: “Assim como peixe não sabe que a água é molhada, como costuma dizer o escritor Nilseu Martins, Sedan deve ignorar sua importância para a história cultura de Manga. [sic] Desconhece, com certeza, como é bom para todos saberem que, no Carnaval, esse ex-caminhoneiro, rompedor das então poeirentas estradas deste país, estará esquentando os desfiles do bloco Cebola Quente com seu potente e afinado sax”.

O corpo de Sedan foi sepultado no cemitério local no final da manhã desta segunda-feira. Seu saxofone não vai animar o próximo Carnaval como queria o cronista, mas seu ideal deve seguir em frente pelas mãos dos herdeiros do seu talento e dos operários não remunerados da causa musical. Sedan parte com seu velho Chevrolet azul para uma dimensão em que o tempo não mais importa. Vai na boleia, todo zeloso do seu caminhão, a explorar, quem sabe, outras galáxias e a animar novas alvoradas com a melodia dos seus sopros. Seu saxofone fará falta nesses dias do reinado das vuvuzelas e seus estrondos antimusicais.

(*) Foto: arquivofamília/cedida ao Blog pelo escritor Carlos Diamantino Alkmim

JANELA DE OPORTUNIDADE

Guimarães avalia permanência na vida pública


O deputado federal Virgílio Guimarães (PT-MG) desistiu mesmo de buscar a reeleição para a Câmara Federal. Quer passar o bastão, como se sabe, para o filho e também petista Gabriel Guimarães. O nome de Virgílio chegou a ser lembrado por ninguém mais ninguém menos que o presidente Lula, divindade máxima do altar peatista, para compor chapa com o ex-ministro Hélio Costa (PMDB), mas seu nome saiu de cena supostamente por não somar na engenharia que tenta montar palanque único e competitivo para Dilma Rousseff em Minas Gerais.

A tarefa de vice do PMDB deve ser transferida para o também ex-ministro Patrus Ananias, que, avalia os próceres petistas, teria mais condições para animar a militância do partido nas Alterosas, bastante abespinhada com o papel de coadjuvante que Lula determinou que cumprisse e que representa perda de oportunidade histórica para os planos da sigla de chegar ao Palácio Tiradentes.

Mas Virgílio não vai ficar na planície. Deve ser candidato a suplente na candidatura ao Senador do ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel. Virgílio mira, na eventualidade de Pimentel ser eleito, uma possível saída do ex-prefeito para ocupar cargo de ministro em um também eventual governo Dilma, hipótese em que chegaria ao Senado em surpreendente up-grade na carreira. A aposta dos mineiros é de que os recentes desgastes de Pimentel na história do tal dossiê contra tucanos não abale a longeva amizade, agora cantada em prosa e verso, entre o ex-prefeito e a preferida de Lula, forjada em laços de indestrutível vigor ao tempo em que militaram juntos na resistência à ditadura militar.
 
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