quarta-feira, 16 de junho de 2010


Arlen em Brasília com correligionários em 2009: tentativa de uso eleitoral de obra federal por oposicionistas mineiros


Ordem de serviço para asfalto da BR-135 não sai na data prometida por Arlen Santiago


Falhou a garantia dada pelo deputado estadual Arlen Santiago (PTB) a aliados, há cerca de um mês, quando estabeleceu a data de 14 de junho, a última segunda-feira, como o prazo para a assinatura da ordem de serviço que finalmente vai autorizar o asfaltamento do trecho da BR135, no subtrecho entre o entroncamento da BR-030, na altura do povoado de Pitarana, e Montalvânia, com extensão de 18,4 quilômetros.

Arlen participou de audiência agendada pelos deputados federais Humberto Souto (PPS) e Márcio Reinaldo (PP) com o ministro dos Transportes, Sérgio Oliveira Passos, em Brasília, durante a Marcha dos Prefeitos. Para marcar posição na seara federal, que não é exatamente sua praia, Arlen levou a tiracolo os prefeitos Quinquinha Sá (Manga), José Aparecido Correa Lisboa (Montalvânia), Antônio Marinho de Matos (Juvenília) e José Raimundo Viana (Bonito de Minas).

De volta ao Norte de Minas, o deputado Arlen mandou ver na imprensa pouco crítica a versão de que o asfalto vai sair, se e quando sair, por obra e graça da intervenção que teria feito junto ao vice-presidente da República, José Alencar, em julho do ano passado.

Texto publicado em jornal diário com circulação em Montes Claros atribuiu a Arlen a condição, que é discutível, para se dizer o mínimo, de “batalhador incansável pela realização da obra” da BR-135. Para quem não apostava um dólar furado na realização da obra, Arlen até que mandou bem: “Lutamos muito pelo asfaltamento desse trecho. Essa é uma grande conquista para a população dos municípios de Manga e Montalvânia. Só quem vive nas cidades que não são ligadas por asfalto sabem da importância do que estamos fazendo”, discursou no jornal amigo. Alguém precisa avisar ao deputado que a obra não é do governo de Minas e, portanto, esse estamos fazendo soa inverossímil até para o mais crédulos de seus correligionários. .

O asfalto da BR-135, como se sabe, é anseio antigo da população do extremo Norte de Minas. Mas há um problema: a estrada não sai do papel e, ainda assim, não faltam quem reclame a sua paternidade. O próprio Arlen Santiago mudou radicalmente de posição em relação ao assunto. Ele chegou a se manifestar sobre a obra em praça pública durante visita que fez a Montalvânia em companhia do então vice-governador Antonio Anastasia. O tom foi de descrença com a atuação do governo federal. Santiago disse que a estrada só vai sair no dia em que for transferida para a alçada do governo mineiro e chegou a desdenhar do presidente Lula e seu governo.

O argumento de que o vice-presidente José Alencar autorizou a obra entre Manga e Montalvânia nem é novo. Já foi usado à exaustão pelo deputado federal Humberto Souto (PPS)a, que é oposição ao governo e também não teria motivos para levar o mérito por uma que, se sair de fato, não teria como lhe pertencer, já que governos com quem comungou princípios desde a ditadura nunca o fizeram.

Até mesmo para o petista Paulo Guedes não fica apropriado reivindicar a paternidade do asfaltamento da rodovia federal. Fica difícil também para ele passar no teste do DNA da BR-135. Há o claro limite da atuação do deputado estadual que, se vale para Arlen, também para ele. Guedes poderá dizer, se e quando a estrada for construída, que o governo petista quebrou a letra antiga de que a estrada não sairia do papel. A propósito da ordem de serviço para a obra, será o próprio presidente Lula o mensageiro da boa notícia, em viagem que deve fazer a Minas antes da abertura definitiva da temporada eleitoral.

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