segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Justiça absolve militares indiciados no caso “Todão”

Colegas do cabo Evangelista, o "Todão", que tentou assassinar a ex-esposa, foram inocentados da acusação de omissão ao não tentarem evitar a tragédia

MANGA - A juíza Maria Beatriz Biasutti, titular da Comarca de Manga, absolveu os policiais militares Izinalton de Abreu Bispo e Raphael Freilandes de Almeida Nunes acusados de omissão no caso de tentativa de assassinato cometida pelo cabo da Polícia Militar Evangelista Macedo dos Santos, 48 anos, o “Todão”, contra sua ex-mulher Saionara Magalhães Torres, em meados do ano passado.

A tentativa frustrada de assassinato aconteceu no final da tarde do dia 21 de julho de 2008, quando Saionara fazia o cooper diário na Avenida Olímpio Viana, ao lado do Parque Uirapuru, na área central da cidade. Os soldados Izanilton Bispo e Raphael Nunes atenderam à ocorrência e foram indiciados no inquérito da Polícia Civil que apurou o caso por omissão no exercício da função. Os dois PMs também foram denunciados pelo Ministério Público de Minas Gerais acusados de “omissão relevante” em ato cometido por colega de corporação.

O cabo Evangelista agrediu sua então esposa porque não aceitava a separação. Saionara estava em companhia de duas irmãs, quando foi abordada e baleada a queima-roupa pelo ex-marido, em rumoroso caso que chocou a opinião pública local. A juíza optou por inocentar os militares Izanilton e Raphael após o MP e a própria defesa dos acusados terem perdido o prazo de recurso ao processo e após ouvir algumas testemunhas que confirmaram que os soldados tentaram acalmar o cabo Evangelista e que teriam insistido para que ele não atirasse na mulher.

Na ocasião, o cabo Evangelista estava à paisana, mas portava um revólver com o qual efetuou os disparos. Um dos projéteis atingiu a perna direita da ex-mulher, outro disparo atingiu a face direita de Saionara Torres. Levada às pressas para um hospital da cidade de Montes Claros, a cerca de 300 km, a mulher sobreviveu ao ataque do ex-marido.

Segundo consta do inquérito da Polícia Civil, outros policiais militares teriam chegado ao local, mas não fizeram nada contra o cabo Evangelista, que chegou mesmo a ameaçar atirar contra populares que o cercaram logo após o crime. Em seguida, o policial entrou no carro e foi para casa, sendo seguido pelos outros PMs. Ainda de acordo com a investigação, o policial teria se trancado dentro da residência e resistiu à prisão.

O cabo Evangelista se entregou por volta das 22h30 daquele mesmo dia, após a interferência do comandante do 30º Batallhão da Polícia Militar de Januária, major Jorge Bonifácio da Silva, que se deslocou às pressas para Manga. O cabo permanece detido na sede do 30º Batalhão, enquanto aguarda decisão judicial sorte o caso. Ele responde a processo criminal na Comarca de Manga e somente será submetido a procedimento disciplinar interno, se houver necessidade, quando a sentença final da justiça for proferida.

Com informações do Blog do Oliveira Júnior - Janaúba


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