Água mole em pedra dura...
Do governador e candidato à sucessão de Lula José Serra (PSDB) tem-se uma convicção entre seus afetos e desafetos: ele é um sujeito obstinado. Serra sonha com a Presidência da República e traça milimétrico plano para chegar lá. A recente venda do banco Nossa Caixa para o Banco do Brasil em 18 prestações mensais recebíveis a partir do próximo mês de março e as campanhas publicitárias da Sabesp (Companhia de Saneamento de São Paulo) em todo o território nacional são parte desse esforço. Tem muito mais, mas não vem ao caso para as pretensões modestas deste post, que só vem à rede para comentar o curioso fatp da pouca repercussão que o assunto ganhou na chamada grande imprensa.
A boa notícia é que, contra o torpor geral do Ministério Público paulista e afins, uma voz ainda que isolada se insurge contra os planos do governador। O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Rio pediu, no início deste mês de fevereiro, que as TVs Globo e Bandeirantes enviassem informações a respeito dos gastos com a campanha que a Sabesp veicula naquele Estado e descobriu que, só à Globo, foram pagos R$ 7,4 milhões para participação da campanha nacional de verão. As inserções foram exibidas pela Globo duas vezes por dia, durante 45 dias, de dezembro a janeiro.
O mote da campanha que Serra exibe de Norte a Sul é “o governo de São Paulo trabalha por você”। Seria o caso de um telespectador lá dos confins do Maranhão, do Piauí ou mesmo do nosso extremo Norte de Minas se perguntar ao ver tão esplêndido comercial de TV: - você quem, cara pálida? É isso que o TRE do Rio quer saber, no que se antecipa ao questionamento que o eleitor paulista e suas instituições de controle – inclusive a mídia – deviam ter feito em primeira mão.
A Sabesp defende o “investimento” na campanha com a alegação de que as mudanças de regras para o setor, que permite às concessionárias de água e esgoto, atuarem em outros Estados justifica a medida। Pode ser. Vivas para a capacidade da empresa de se antecipar aos fatos.
Um tucano mais ranheta vai dizer que Lula faz o mesmo, no que beneficia por interpostos motivos a favorita, a ministra Dilma Roussef (Casa Civil), também candidata à sucessão presidencial। Dilma por sinal será a estrela do encontro entre o governo federal e cerca de 3.500 mil prefeitos que começa neste instante aqui em Brasília. É tudo a mesma coisa, não há dúvidas. Por mais obstinado que possa ser, Serra não tem o direito de instalar o vale-tudo no jogo pré-eleitoral.
A atitude de José Serra só demonstra o quanto o Brasil vai mal no excessivo uso que faz de recursos publicos em publicidade para cantar em verso e prosa os feitos do governo, com o escancarado objetivo de promover o dono provisório da cadeira। As empresas de água e energia, por sinal, são usadas vergonhosamente para esse fim.
Um levantamento país a fora vai mostrar que essas empresas são entregues a gente que quase sempre é da cozinha dos governadores, que não hesitam em usá-las para objetivos que nada têm que ver com sua missão de levar água ou energia para os cidadãos que pagam a conta। Aí está uma rica fonte de recursos, que a natureza oferece de forma quase graciosa, transformada quase sempre numa grande caixa-preta, que ninguém faz questão de vir a lume।
O eleitor que não deseje se candidatar ao papel de bobo, deve ficar atento a esses movimentos। As verbas destinadas tanto pelo governo federal quanto por Serra para a publicidade é dado revelador do apetite pelo poder e que falta a de fazer em um país com as várias misérias que temos।
Nenhum comentário:
Postar um comentário