Visita de Lula nesta segunda movimenta a capital do Norte
Montes Claros, como se sabe, reivindica o posto de capital do semi-árido mineiro – aquela porção do Estado que mais se assemelha ao Nordeste do país. Com merecimento, na minha modesta opinião. É para Montes Claros que todas as atenções se voltam nesta segunda-feira, 06/04, com a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Será o primeiro palanque do presidente após o inegável sucesso que fez no encontro de cúpula do G-20, em Londres, na semana passada, quando as 20 maiores economias do planeta se reuniram para debater a crise financeira mundial. A mídia ainda repercute neste final de semana os elogios que Lula recebeu do presidente americano Barack Obama e outras sinecuras que deixaram o brasileiro bem na foto.
O presidente Lula, doravante denominado “O cara”, na definição simpática de Obama, cumpre extensa agenda em Montes Claros ao longo desta segunda-feira. Ele, “O cara”, vai inaugurar a Usina de Biodiesel que a Petrobras construiu no município e participa ainda da reunião do Conselho Deliberativo da Sudene. Mas tem muito mais: “O cara” recebe título de cidadania honorária, participa de homenagem ao vice-presidente José Alencar (PR) e fará, como sempre, muita política.
O mundo político regional aguarda com expectativa que Lula ainda assine a ordem de serviço que autoriza a re-construção da BR-135, no trecho entre Montes Claros e Belo Horizonte, e a decisão política de criar a futura Universidade Federal do Norte de Minas. Quando falo mundo político, o leitor pode incluir do governador Aécio Neves ao vereador do município mais remoto, além de governadores de 10 estados, deputados aos magotes e ministros com veleidades para 2010. Aqui e acolá vazam ruídos da briga entre os políticos para saber quem vai subir ao palanque e ficar ao lado do “Cara”.
O tal pacote de obras que se espera seja anunciado amanhã, aí incluída a Usina de Biodiesel, se e quando dor concluído, vai colocar “O cara” na posição do presidente que mais realizou pelo Norte de Minas em um único governo. Mas há que se ter parcimônia. A própria Usina de Biodiesel, que já opera desde janeiro último, ainda carece da desejável cadeia produtiva no seu entorno que garanta a mamona, girassol, e sei lá mais o que, para satisfazer o apetite das suas moendas.
Para não falar do problema real de que, caso a região se transforme em um vasto campo de produção de matéria-prima para a geração das chamadas energias renováveis, teremos mais adiante distorções no sistema de monocultura com base na agricultura familiar que tem garantido, ao longo do tempo, o arroz e o feijão na mesa de muita gente. Tem ainda a questão da garantia de preço mínimo e de saber quais salvaguardas terão o produtor mamoneiro se, no futuro, o governo (qualquer que seja) perder o gás com o tal Programa do Biodiesel. Mas “O cara” não é informado desses detalhes.
No Brasil, malgrado nossas esperanças, há um hiato – não poucas vezes intransponível – entre a intenção de palanque e a realidade que muda a vida das pessoas. Mas vamos confiar no “Cara”, que, apostam os mais crédulos, conserva laços sentimentais de difícil dissolução com os montes claros de Minas. A mídia regional resgata hoje a história da primeira mulher do “Cara”, Maria de Lourdes da Silva, a Lourdinha, que morreu ao dar à luz ao primeiro filho dele. Lourdinha era natural da terra e conheceu o presidente, quero dizer “O cara” nessas andanças de retirante.
Eis que o “Cara” chega ao Norte de Minas, com o seu quê de sebastianismo agora reforçado até mesmo pelo homem mais popular do planeta, que mui habilmente lhe transferiu tal honraria. Oxalá, o bom-humor presidencial traga bons frutos ao Norte de Minas. De ordinário tão esquecido e merecedor. Alvíssaras, meus conterrâneos. Queira o bom Deus que os claros montes sejam para nosotros, o mirante de onde se avista enfim aquela Otolina, Areias de um Portugal tão sonhado pelo sertanejo. Minha mamoneira do mato, eis o cara!
O presidente Lula, doravante denominado “O cara”, na definição simpática de Obama, cumpre extensa agenda em Montes Claros ao longo desta segunda-feira. Ele, “O cara”, vai inaugurar a Usina de Biodiesel que a Petrobras construiu no município e participa ainda da reunião do Conselho Deliberativo da Sudene. Mas tem muito mais: “O cara” recebe título de cidadania honorária, participa de homenagem ao vice-presidente José Alencar (PR) e fará, como sempre, muita política.
O mundo político regional aguarda com expectativa que Lula ainda assine a ordem de serviço que autoriza a re-construção da BR-135, no trecho entre Montes Claros e Belo Horizonte, e a decisão política de criar a futura Universidade Federal do Norte de Minas. Quando falo mundo político, o leitor pode incluir do governador Aécio Neves ao vereador do município mais remoto, além de governadores de 10 estados, deputados aos magotes e ministros com veleidades para 2010. Aqui e acolá vazam ruídos da briga entre os políticos para saber quem vai subir ao palanque e ficar ao lado do “Cara”.
O tal pacote de obras que se espera seja anunciado amanhã, aí incluída a Usina de Biodiesel, se e quando dor concluído, vai colocar “O cara” na posição do presidente que mais realizou pelo Norte de Minas em um único governo. Mas há que se ter parcimônia. A própria Usina de Biodiesel, que já opera desde janeiro último, ainda carece da desejável cadeia produtiva no seu entorno que garanta a mamona, girassol, e sei lá mais o que, para satisfazer o apetite das suas moendas.
Para não falar do problema real de que, caso a região se transforme em um vasto campo de produção de matéria-prima para a geração das chamadas energias renováveis, teremos mais adiante distorções no sistema de monocultura com base na agricultura familiar que tem garantido, ao longo do tempo, o arroz e o feijão na mesa de muita gente. Tem ainda a questão da garantia de preço mínimo e de saber quais salvaguardas terão o produtor mamoneiro se, no futuro, o governo (qualquer que seja) perder o gás com o tal Programa do Biodiesel. Mas “O cara” não é informado desses detalhes.
No Brasil, malgrado nossas esperanças, há um hiato – não poucas vezes intransponível – entre a intenção de palanque e a realidade que muda a vida das pessoas. Mas vamos confiar no “Cara”, que, apostam os mais crédulos, conserva laços sentimentais de difícil dissolução com os montes claros de Minas. A mídia regional resgata hoje a história da primeira mulher do “Cara”, Maria de Lourdes da Silva, a Lourdinha, que morreu ao dar à luz ao primeiro filho dele. Lourdinha era natural da terra e conheceu o presidente, quero dizer “O cara” nessas andanças de retirante.
Eis que o “Cara” chega ao Norte de Minas, com o seu quê de sebastianismo agora reforçado até mesmo pelo homem mais popular do planeta, que mui habilmente lhe transferiu tal honraria. Oxalá, o bom-humor presidencial traga bons frutos ao Norte de Minas. De ordinário tão esquecido e merecedor. Alvíssaras, meus conterrâneos. Queira o bom Deus que os claros montes sejam para nosotros, o mirante de onde se avista enfim aquela Otolina, Areias de um Portugal tão sonhado pelo sertanejo. Minha mamoneira do mato, eis o cara!
Um comentário:
Oi... na verdade não é um comentário. Por favor, será que vocês têm noticias de um pescador mineiro de Belo Horizonte, Renato Cançado Paraiso, desaparecido desde sexta feira na região de Juvenilia? Ele estava no rancho de prefeito, Antonio Marinho Matos, e desapareceu do barco à noite e até agora não foi encontrado. Alguém que tenha notícia POR FAVOR entre em contato. Sou irmã dele e estamos MUITO aflitos. Email: scancado.paraiso@gmail.com ou pelo telefone:> 31 32862080. Não se esqueçam, qualquer notícia já é um alento. Obrigada. Sonia
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