sexta-feira, 10 de abril de 2009

COMENTÁRIO

Obsessões

A recaída de Lula pela redução dos chamados “spreads”, que vem a ser a diferença entre o custo de captação de dinheiro pelos bancos e as taxas que são efetivamente cobradas dos clientes, parece ser movida por cálculo muito mais político do que propriamente por repentino furor presidencial pela defesa da economia popular ou de relações de consumo entre bancos e sua sofrida clientela, submetida às taxas de juros mais caras do planeta.

Obsessão pelo tema da redução dos juros, a bem da verdade, é velha bandeira do vice-presidente José Alencar. Mas cumpre destacar que a nova postura de Lula coincide com justo momento da queda da sua aprovação e a de seu governo, mostrada em pesquisas recentes. O presidente parece ter se dado conta, antes tarde do que nunca, que a crise pode sim ter efeitos deletérios sobre a sua imagem e a do governo que comanda, ao ponto mesmo de ameaçar o já longo namoro com a opinião pública que marcou sua passagem pelo cargo até aqui.
Não é demais lembrar que Lula ainda tem muita gordura para queimar no quesito popularidade, mas a inflexão nos índices parece deixar o presidente pouco à vontade e, decerto, temeroso com relação ao que pode acontecer em 2010. Dos últimos acontecimentos o que se pode concluir é que a palavra de ordem é reagir para não deixar a crise solapar o imenso capital político do lulismo e retirar do horizonte as nuvens negras que possam pairar sobre a sucessão.
O petismo tem verdadeiro temor à simples menção ao fato de que poderia ser desalojado do poder a partir de 2011, mesmo após aceitar dividir com a tal base aliada (PMDB muito à frente) as benesses de chegar ao poder central. Eis que surge a figura do presidente que se preocupa com o juro do cheque especial pago pela classe média ou do difícil acesso ao crédito por parte do pequeno empresário por exemplo.
Lula, dizem as folhas, não vai tolerar quem se opuser aos seus objetivos – exemplo de que trata a troca de guarda no Banco do Brasil, que tanto rumor causou nesses últimos três dias. O presidente parece se dá conta de que faltam pouco de mais de 20 meses para o final do segundo mandato. A ordem é destravar o PAC, jogar dinheiro na economia com medidas a exemplo do projeto que pretende (e tudo indica não vai conseguir) construir um milhão de moradias e iniciativas tais que criem empregos como forma de superar os efeitos da crise.

Lula, o obsessivo, tem pressa. Vale a pena acompanhar no que isso vai dar. Embora nunca tenha sido dito, Lula acha que ainda tem muito a fazer pelo país, de modo que 2010 nunca foi o limite.
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2 comentários:

Anônimo disse...

Gostei de passear pelo seu blog gostaria que você colocasse trabalhos de outras cidades, como por exemplo da cidade de Buritizeiro, que tem como prefeito um padre.

Anônimo disse...

Gostei de passear pelo seu blog gostaria que você colocasse trabalhos de outras cidades, como por exemplo da cidade de Buritizeiro, que tem como prefeito um padre.

 
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