terça-feira, 5 de agosto de 2008

Humberto sofre nova derrota na tentativa de recuperar cargo de prefeito


Instantâneo de sorrisos entre antigos aliados: Humberto (de óculos) abraça o então vice Quinquinha Sá no dia da posse

MANGA - Fim melancólico para o sonho do ex-prefeito Humberto Salles (sem partido) retornar ao cargo de prefeito de Manga. A segunda turma do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) decidiu, na tarde desta terça-feira 05/08, por unanimidade, recusar o mandado de segurança em que o ex-prefeito, cassado pela Câmara Municipal em agosto de 2006, alegava ser "eivada de vícios de origem" a investigação da comissão processante que resultou na perda de seu mandato. Salles foi afastado sob a acusação de improbidade administrativa por desvios de verbas destinada ao setor de saúde deste município localizado no extremo Norte de Norte, a 720 km de Belo Horizonte.

O clima em Manga era de forte expectativa pela decisão do Tribunal de Justiça, pois uma eventual vitória de Humberto Salles poderia ter reflexos na sucessão municipal ainda em curso. Salles virou inimigo político do seu então vice e atual prefeito, o empresário Quinquinha Sá (PPS), que está em campanha em busca da reeleição. Quinquinha realiza um pacote de obras na cidade que tem como carro-chefe a urbanização de alguns bairros da cidade. Uma decisão que o retirasse do cargo neste momento poderia interferir na estratégia elaborada com o objetivo de permanecer no cargo que ocupa desde o mês de maio de 2007.

O grupo político ligado ao prefeito temia retaliações na hipótese do retorno de Humberto Salles à cadeira de prefeito. O ex-prefeito ficou de fora da atual sucessão após ter perdido sua filiação partidária em razão de uma manobra frustrada de migrar do PTB para o PSDB. A população do município ainda tem viva na memória as idas e vindas do episódio que resultou na cassação de Salles.

Crise política.

O caso da cassação do ex-prefeito Humberto Salles jogou o município de Manga em uma longa crise política e foi marcado por uma série de reviravoltas. No final do mês de maio de 2007, o desembargador Fernando Bráulio, da 8ª Câmara do TJMG, resolveu tornar sem efeito a liminar que mantinha Humberto Salles no cargo desde o mês de setembro do ano anterior, 2006.

O recuo de Fernando Bráulio aconteceu exatamente um ano depois do estouro da denúncia de improbidade administrativa por fraudes na compra de equipamentos e insumos para a área da saúde, em maio de 2006. Humberto Salles chegou a ser afastado pelo período de um mês entre agosto e setembro daquele ano, mas conseguiu na Justiça a liminar que o manteve no cargo até o mês de maio de 2007, quando o então vice-prefeito Quinquinha Sá voltou a assumir a cadeira de prefeito.

A derrota desta terça-feira joga uma pá de cal nas esperanças do ex-prefeito Humberto Salles voltar a ocupar o papel de liderança política influente que já teve no município. Uma fonte que pediu para não ser identificada disse que Salles, que apoia o candidato oposicionista Henrique Fraga (PP), tem sido sutilmente convencido pelos novos aliados se manter longe do palanque. É que o nome do ex-prefeito está associado a uma forte rejeição do eleitor local.

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